Hemorroida precisa deixar de ser tabu

Hemorroida precisa deixar de ser tabu
É uma doença benigna, mas pode precisar de cirurgia

27/11/2020 | Dicas de Saúde

As pessoas não se queixam de hemorroidas ou incômodos na região do ânus como fazem quando sentem dores de cabeça ou nas costas, por exemplo. Isso é fato. No entanto, também é fato que essa mentalidade precisa mudar. 

A doença hemorroidária acomete quase 30%* dos pacientes coloproctológicos – e o número pode ser muito maior se considerarmos a resistência das pessoas em procurar ajuda de um proctologista aos primeiros sinais de hemorroidas. Outra projeção indica que até 50-60%** dos homens e mulheres tiveram ou vão ter o problema ao menos uma vez na vida, sendo que desses, 30% vão desenvolver a doença crônica em algum grau.

Para ajudar a desfazer esse tabu em torno da doença, conversamos com a Dra. Paula Mancopes, proctologista da MedCal. "Em primeiro lugar, é importante que as pessoas entendam o que é a hemorroida", afirma a especialista.

Você sabe o que é a doença hemorroidária ou quais os seus sintomas? Todos nós temos veias na região anal. Acontece que algumas vezes elas inflamam, se dilatam ou enfraquecem, e aí surge a doença a que chamamos de hemorroida. Trata-se de uma doença benigna com várias possibilidades de tratamento.

No começo quase não é possível percebê-la, já que as hemorroidas de grau I são internas. À medida que elas pioram, vão ficando mais visíveis. A partir do grau II, aparecem (protuberâncias palpáveis) após a evacuação, mas depois voltam ao normal sozinhas. As de grau III só retornam com o auxílio manual e as de grau IV ficam permanentemente expostas. Pode ocorrer, também, junto com hemorroidas externas. Quando isso acontece, chamamos de hemorroidas mistas.

Principais causas

O esforço repetido para evacuar, seja por intestino preso (constipação), fezes endurecidas ou diarreia crônica, pode dificultar o esvaziamento das veias e provocar a formação de hemorroidas.

As causas mais comuns incluem:

  • Intestino preso (constipação, necessidade de muito esforço para evacuar, fezes endurecidas);
  • Diarreia crônica;
  • Gravidez: em virtude da pressão que ocorre sobre veias da parte inferior do abdômen e períneo;
  • Obesidade: o excesso de peso também aumenta a pressão nas veias abdominais;
  • Vida sedentária: diminui o estímulo para a digestão dos alimentos e altera a circulação sanguínea nas veias;
  • Componente genético: casos de hemorroidas na família podem indicar predisposição para desenvolver a doença;
  • Dieta pobre em fibras;
  • Baixa ingestão de líquidos.

Sintomas

Os possíveis sintomas incluem dor, sangramento, inchaço e/ou coceira na região anal.

Tratamento

A especialista da MedCal explica que o tratamento varia conforme o grau da hemorroida e os sintomas causados por ela. “O paciente pode ser tratado com orientações sobre dieta, mudanças no hábito de evacuar, medicações e procedimentos, como ligadura elástica ou cirurgia”, afirma.

A Dra. Paula faz o alerta: "é preciso procurar um médico mesmo quando ela ainda causa pouco ou nenhum desconforto", diz. "Muitos buscam ajuda profissional apenas quando o incômodo interfere nas atividades cotidianas, e aí o tratamento fica mais complexo e pode até demandar cirurgia", explica.

Fique atento. Não despreze pequenos sinais e sintomas, nem faça automedicação. Quando sentir qualquer um dos sintomas descritos acima, procure um médico especialista.

Você pode agendar sua consulta na MedCal pelo telefone (47) 3363-6066, através do WhatsApp (47) 98469-1473 ou pelo Agendamento Online.

* Revista Brasileira de Coloproctologia 

**National Institute of Diabetes and Digestive and Kidney Diseases (EUA)