Como estão as nossas crianças na quarentena? Confira dicas para lidar com os pequenos
Especialista fala da importância da rotina e do diálogo para atravessar bem esse momento
06/07/2020 | Dicas de Saúde
A pandemia do novo coronavírus impôs às crianças um cotidiano nunca vivido até aqui. Aulas online, família toda em casa, distância dos amigos, dos avós e primos, brincadeiras adaptadas por conta do isolamento. E como fica a saúde mental dos pequenos? E você, adulto, como tem ajudado as crianças a enfrentarem a situação?
É muito comum ouvir dos adultos ou pessoas próximas aos pequenos dizerem que eles “não entendem” e que “é melhor nem comentar sobre o assunto com eles”. A Dra. Natalia Regina Schwartz, psicóloga da MedCal, pondera essa visão. “Evidentemente, dependendo da idade da criança, precisamos adaptar a linguagem”, diz ela. “Mas é muito importante que eles compreendam o que estamos vivendo para conseguir lidar com essa situação da maneira mais saudável possível”, afirma.
Então vale a dica: é preciso sentar-se, conversar com a criança e explicar de forma lúdica, direta e objetiva sobre o que está acontecendo. “Esse com certeza é o melhor caminho para diminuir a ansiedade dos pequenos. Ouça o que elas têm a dizer, acolha todas as dúvidas e sentimentos para deixá-las mais confortáveis com a situação”, aconselha a especialista.
Para a Dra. Natalia, um dos pontos mais importantes quando falamos em quarentena é criar uma rotina. É imprescindível que a criança tenha sequência de horários para realizar suas tarefas diárias. Também é preciso entender que quarentena não são férias, e que existem sim regras e prazos a serem cumpridos. “Ouço muito no consultório que as crianças ficam somente no celular, televisão e videogame, e que os pais acabam cedendo porque eles ‘não têm o que fazer’”, conta a psicóloga. De acordo com ela, isso acontece exatamente porque não foi estabelecida uma rotina – e os meios eletrônicos podem sim fazer parte dessa rotina. “Não está proibido, mas a criança precisa entender qual o tempo estipulado para ela ficar no aparelho. E isso varia conforme a sua idade”, explica.
Se a sua criança ainda não tem uma rotina, a sugestão é começar a traçar isso junto com ela. Você pode fazer com o que tem disponível – bastam uma folha de papel e uma caneta. Anote os horários: sono, banho, alimentação, estudos... e estipule um tempo reservado para os meios eletrônicos. Faça um acordo com a criança, pergunte se pode ser dessa forma e diga que você conta com ela!
Atenção às necessidades
Mais do que nunca, os pais precisam estar atentos às necessidades dos filhos e reservar um tempo nessa rotina para brincar e conversar com eles. “As crianças precisam se movimentar, pular, dançar e correr para gastar toda a energia que estavam acostumados na rotina original. Investir em pinturas, desenhos e contação de histórias também são meios interessantes para que eles consigam expressas seus sentimentos”, indica a Dra. Natalia.
Vale lembrar que esse é um momento delicado e por isso é preciso estar atento principalmente aos sentimentos que as crianças estão demonstrando a partir do isolamento social. “É muito importante que o adulto consiga observar os comportamentos dessa criança, especialmente aqueles que não eram apresentados antes da pandemia, como medo excessivo, choro, agressividade, irritabilidade, regressão no comportamento, timidez”, alerta a psicóloga. “É necessário avaliar com que frequência a criança está apresentando esses comportamentos e como estão influenciando sua rotina.”
A dica da especialista é que os pais não deixem de procurar ajuda profissional caso tenham dúvidas se o comportamento do pequeno foge ao normal.
Saúde do adulto
Para que tudo isso faça sentido, diz a Dra. Natalia, é fundamental que os pais também estejam tranquilos e saudáveis. Só assim conseguirão se conectar com as crianças. “É muito importante avaliar se existe uma tensão familiar se refletindo no comportamento da criança, e saber que os pais também podem estar fragilizados com o momento – e devem pedir ajuda profissional se estiverem em situações estressantes.”
Para ajudar a atravessar o momento, a Dra. Natália dá algumas dicas valiosas. Confira:
- Converse: o diálogo nesse momento é fundamental, repita quantas vezes for necessário, utilize sempre uma linguagem simples e adequada.
- Escute seu filho: ouça o que a criança tem a dizer, acolha seus sentimentos.
- Distraia a criança: faça algumas brincadeiras juntos, jogos de tabuleiro, pintura, quebra-cabeça.
- Contato com familiares: faça vídeo-chamadas com pessoas com as quais a criança tem afinidade.
- Inclua a criança em tarefas domésticas: tente incluir os pequenos em alguma tarefa de cozinhar ou arrumar a casa.
- Respire fundo: alguns dias vão ser mais difíceis, respire fundo e compreenda que vai passar.
- Crie tempo de qualidade: façam refeições juntos, é uma boa oportunidade para compartilhar o tempo com as crianças.
E lembre-se: procure ajuda profissional quando sentir que a situação foge ao normal. Você pode agendar sua consulta na MedCal pelo telefone (47) 3363-6066, mensagem pelo WhatsApp (47) 98469-1473 ou no Agendamento Online.